A noite vai longa
Os suspiros que se soltam
Confundem-se com o vento
Que teima
Em afirmar presença
Sinais de um verão esquecido
Na escuridão
Nada se esconde
Tudo se teme
A solidão treme
entre os {meus}dentes
As palavras alinham-se
Nos {meus} lábios
A boca grita seca
Profundamente ferida
Suspiro{te}
Nada faz sentido
Tempo perdido
Amor ferido
Ego tremido
As promessas fingidas
Que levam tempo
{tempo maldito}
São falsas, injustas
Mas entranham-se no corpo
Sem hora de partirem
Sabes?
É tarde demais.
Cidália Oliveira
Texto & Photografia
sexta-feira, 10 de junho de 2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
Sem destino
O que a vida nos dá
O que pensamos possuir
É mais temporário
Que mil ventos dispersos
Nos caminhos de ferro
Após a passagem
de um comboio em fúria
Nada é mais fútil
Que perder o que nunca foi nosso
O que nem tempo tivemos de viver
Nada é mais injusto
Que esquecer os sorrisos
De ontem
Que hoje nos confundem
E perseguem desesperadamente
quando a luz se apaga
Os porquês da nossa infância
Atropelam-nos em adultos
E quase que se mata o tempo
Quando ele nos sobra
[E sobra-me tanto]
Passaria dias e milhares de noites
A procura das palavras certas
Para descrever o indescritível
Das perguntas erradamente feitas
Que nunca terei resposta
A viagem vai longa
A vida mais curta
Os sonhos mais distantes
E o comboio, esse?
Segue, sem destino
Cidália Oliveira
Texto&fotografia
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